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Dia 2 de julho (4ª feira)

3º dia de estágio (relatório dos alunos)

O dia consistiu em duas fases muito distintas, uma de manhã e outra de tarde.

apresentacao

Depois da chegada ao INESC TEC, com um atraso de 10 minutos, ocorreu a primeira de três apresentações que iriam ocorrer pela manhã. O primeiro orador, José Pedro Rodrigues, apresentou o Centro para a Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo, e  deu-nos a conhecer a definição de inovação, que consiste na exploração de novas ideias, e também de empreendedorismo, para nos fazer compreender que ambas estão ligadas. Nos momentos seguintes foi apresentada a definição de vários tipos de inovação e de empreendedorismo, entre os quais se destaca o empreendedorismo social, que em termos básicos tem início numa ideia associada a um problema social e cujo objetivo é que o resultado da empresa tenha um impacto social abrangente, atingindo o maior número possível de pessoas. Já o empreendedorismo corporativo baseia-se em melhorar o desenvolvimento de empresas já existentes, implementando técnicas ou renovando técnicas existentes. Quanto ao empreendedorismo de negócios, consiste em resolver desafios que estão centrados na competitividade entre as empresas e no lucro. Em relação à inovação, existem duas grandes diferenças que são a inovação incremental (que consiste em arranjar ofertas novas para mercados já existentes) e a inovação disruptiva (que consiste em arranjar produtos para novos mercados).

José Pedro Coelho Rodrigues

O momento seguinte da apresentação foi a explicação de quais os passos a seguir para inovar, que são os seguintes cinco tópicos: promover um novo olhar sobre o mundo, valorizar as novas experiências, explorar os novos conhecimentos, tomar decisões e agir. Technology Roadmap foi o conceito que se seguiu na apresentação e que demostra que é devido à existência de uma necessidade que se cria uma oportunidade, para que um produto seja criado. Com este conceito é possível perceber que um novo produto tem que satisfazer uma necessidade independentemente das suas características. No seguimento da palestra foi apresentado o LET-IN, uma incubadora de empresas de base tecnológica que acompanha e apoia as empresas a nível tecnológico e de negócio. Devido ao facto de um empreendedor ter de ter iniciativa, imaginação, capacidade de correr riscos, foco na criação de valor e flexibilidade, um dos principais momentos da palestra centrou-se na criação, que pode estar dividida em criatividade espontânea e criatividade orientada. No final da palestra foi-nos apresentado um vídeo do Youtube do getgrasshoper.com.

Luís Seca

A palestra seguinte foi dirigida pelo orador Rui Diogo Rebelo do Centro de Engenharia de Sistemas Empresariais (CESE), que começou por referir a importância de ver a aplicação prática dos conhecimentos abstratos adquiridos na escola, momento seguido de uma breve explicação sobre patentes, onde ele explicou que servem para proteger e salvaguardar (nos primeiros 5 anos) o investimento realizado no desenvolvimento e investigação de um produto antes de chegar ao mercado para ser rentabilizado. De seguida deu dois exemplos distintos sobre a sua área de trabalho. O primeiro foi a aplicação do seu trabalho na indústria do calçado, tendo explicado que este setor está a ter sucesso internacionalmente devido ao facto de a fábrica ter apostado no desenvolvimento interno de novos produtos, o que faz com que esta indústria atue em nichos de mercado, e também devido ao facto de ter inovado os seus métodos de produção. Nesta fase, Rui Rebelo aproveitou para explicar a distinção entre conceito de produção intensiva (conjunto de operações sempre iguais) e o novo conceito de produção em diferentes sequências e diferentes operações. Ainda durante esta apresentação foram referidos dois passos, sendo que o primeiro consiste numa maquete para simulação dos sistemas em ambientes virtuais e o segundo na conceção de um projeto mecânico e de software. Nos momentos seguintes da apresentação o orador falou da APS_ADIRA, um de vários exemplos possíveis sobre sistemas de produção, que consiste num robot denominado AGV que movimenta os materiais para determinado posto, permitindo uma grande flexibilidade em sistema de produção para layout generalizados. Depois fez uma comparação com a complexidade do sistema implementado no carro autónomo lançado pela Google.

Rui Rebelo

A última apresentação foi realizada pelo orador Luís Seca do Centro de Sistemas de Energia (CPES), que começou por falar na metáfora da cadeia de produção de conhecimento-valor, “Nós concretizamos”. Nos momentos seguintes da apresentação o orador realizou uma pequena explicação do que são energias renováveis, isto é, energias em ciclos que não se esgotam. Posteriormente o orador apresentou várias tecnologias, sendo que a mais prometedora seria a da energia das marés, e adicionou a esta informação o facto de Portugal ser o segundo país a integrar energia eólica. Depois alertou-nos para os problemas com a tensão de rede e as enormes perdas ao longo do percurso no transporte (centenas de quilómetros) e que por este motivo melhorar localmente a eficiência é mais eficiente, mas para tal é necessário um re-estruturamento da rede elétrica. Um tema que ele nos apresentou a seguir foi o dos carros elétricos, pois é uma das grandes áreas em o Luís Seca trabalha mais diretamente, tendo-nos informado acerca da existência de vários problemas com as baterias dos mesmos, nomeadamente o seu muito curto ciclo de vida. Ele forneceu um exemplo de um carro comprado pelo CPES, cuja autonomia no início era de 160 Km, no prazo de um ano e meio, e depois de ter completado 10.000 Km, agora tem apenas autonomia de 80 Km.

A questão seguinte a ser abordada foi a questão dos lobbies, ou seja, o facto da indústria petrolífera não ter interesse na evolução de tecnologias alternativas como, por exemplo, o grafeno. Depois o tema foi “a galinha dos ovos de ouro do Porto” ou seja a tri-geração de energia mais concretamente no Norte Shopping. No momento seguinte, e em tom de humor, que praticamente acompanhou toda a apresentação, foi dado a todo o público um exemplo muito errado de falsa sustentabilidade que consiste no ”MINUTO DA TERRA”, pois os exemplos dados neste programa televisivo são do pior que se pode fazer ao planeta. Depois, e para alertar o público em relação aos preços que as energias renováveis podem custar, informou que uma turbina eólica custa 1 milhão de euros. Quase no final da apresentação o projeto INOV GRID de Évora desenvolvido pelo INESC TEC em parceria com a EDP foi o tema apresentado. Este projeto trabalha ao nível do desenho, definição de arquiteturas e sistemas de gestão inteligentes e na criação de software de gestão e de hardware capazes. No final da apresentação, apresentou perto do público uma aplicação no seu smartphone da EDP denominada por re:dy.

Laboratório

Depois do almoço realizaram-se diversas atividades em grupo para que todos os membros conseguissem saber quais os pontos que têm em comum uns com os outros, como por exemplo técnicas como “BrainWriting” e também uma abordagem “cinética” muito simples com os resultados obtidos.

À hora do jantar, o grupo dirigiu-se para o turco da Rua da Ceuta. Durante o jantar foram debatidas algumas ideias que surgiram durante a tarde e falámos de veículos inovadores como o ELIICA (o carro elétrico mais potente do mundo) e o BMW GINA (um modelo desenvolvido a partir do conceito biomimético). No final todo o grupo andou pelas “Galerias de Paris”, onde aprendemos o porquê do seu nome e também ficámos a conhecer a zona onde tudo acontece na sexta e sábado à noite. Individualmente, cada membro dos grupos avaliou todas as ideias depois de um cafézinho no “Tendinha” do Poveiros. O grupo, de forma muito organizada, dividiu-se para que, enquanto alguns avaliavam as ideias, os outros redigiam os relatórios em atraso. No final da noite já o Bruno estava cansado e, ao deitar-se na cama, esta não aguentou e partiu-se, o que exigiu que todos os membros masculinos do grupo arranjassem a solução mais viável, tendo em conta o cansaço.